terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

cito Borges:

"Quando escrevo alguma coisa, tenho a sensação de que isso preexiste. Parto de um princípio geral; conheço mais ou menos o começo e o fim; depois é que vou descobrindo as partes intermediárias; mas nem assim tenho a sensação de que as invento, de que elas necessitam do meu arbítrio; as coisas já se encontram ali. Mas estão ali escondidas e meu dever de poeta é descobri-las"

[Borges, Jorge Luís. Sete noites. São Paulo: Max Limonad, 1983, p.164]

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Para elas, pelo samba, pela folia!

Carnaval. Elas estão lá, as metidas, provavelmente uma cervejinha gelada para antecipar o trajeto até o Sambódromo. Elas estão lá, as putinhas, provavelmente os ingressos na mão delicadamente dispostos na carteira miúda [ligue não, acabei de ler alguns contos de Miguel Torga e o português português está na ponta da língua, opá!]. Elas estão lá, as danadinhas, provavelmente imaginando a "pito" que irão me fazer depois de lavarem a alma de samba. Elas estão lá, as praguinhas, provavelmente com o coração pulsando, a febre batendo pelo que há de vir. Elas estão lá...estão lá...lá.
Aqui eu deposito minha meia inveja, mais um gole de minha meia cerveja e saúdo-as por sambarem, por mim, a noite inteirinha. E ai se não o fizerem.

Pierrot, August Macke, 1923


Carnaval

Carnaval?
Roupas no varal.
Formigas no quintal.
Requintes de vagal.
Mas que tal...
A solidão é o mal,
Para o qual
Remédio não há sinal.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

faire cattleya



Enquanto a penetrava, lembrou da flor. Depositou um pouco do seu pólen. Não vingou. “Ainda bem”, pensou, “não gastarei com adubo”. Ao sair, a flor se abriu. Inteira, úmida e sedenta.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

[Marcelino Freire, eraodito]